segunda-feira, 13 de junho de 2011

BOM DIA!


“Sedes felizes quando os homens, tratando-vos com má vontade, vos derem a ocasião de provar a sinceridade de vossa fé, porque o mal que eles vos fizerem resultará em vosso proveito. Lamentai-lhes a cegueira, mas não os amaldiçoeis”. E.S.E
Aqueles que acreditam na força superior que rege o universo, sabe que o mal que nos atingi não é por acaso; por nossa necessidade ou merecimento recebemos muitas vezes as lições mais duras, as quais devemos tirar proveito positivo para nosso crescimento.
Esses testes de paciência e compreensão fazem com que possamos analisar em que grau de perfeição nos encontramos, pois Jesus disse que deveríamos ser perfeito como o Pai.

Mas sabemos que para isso ainda temos uma longa caminhada pela frente, indo e voltando até a depuração do nosso espírito; mas não justifiquemos que por termos essas inúmeras oportunidades, ficarmos adiando nosso melhoramento.

O sofrimento é inerente a nossa perfeição, quanto mais destituídos de vícios e imperfeições morais, menos sofrimentos sentiremos, não que teremos uma vida na calmaria, mas a nossa visão dos problemas se tornará mais ampla; conquista baseada na virtude do entendimento, da compreensão e do amor.

Saiba tirar proveito de todo mal; uma das lições é não devolver o mal, quebre a sua corrente, não permita que ele prossiga. Devolva o bem, nem que seja uma simples frase: Deus te abençoe.
A palavra edificante, o pensamento elevado faz com que não nos liguemos ao mal, e assim não lhe daremos morada nos pensamentos e principalmente no coração.

Eleve sua fé a Deus. Quem está com Ele passará por todas as provações na certeza de que tudo que nos chega é para nosso bem, seja material e espiritual.

Somos ferramentas de aprimoramento uns dos outros.
Muita paz no seu coração
Angel





A PRÁTICA DO EVANGELHO NO LAR

É uma ferramenta que nos auxilia a construir a paz e harmonia em nossos lares.
Quando praticamos o evangelho, os benfeitores espirituais e nossos amados guias que nos orientam, encontram maiores condições para nos auxiliar e reequilibrar possíveis obsessores, pois com a prática, criamos uma elevada atmosfera psíquica em nosso lar, formando uma verdadeira barreira magnética impedindo o assédio de espíritos desequilibrados. Além disso, se praticarmos o Evangelho no Lar com amor, sem julgarmos ninguém, estaremos dando um grande passo para nossa harmonização interior e familiar.

Quando falamos em evangelho, que significa Boa Nova, pensamos nos ensinamentos trazidos pelo Mestre Jesus, que refletem amor, bondade, humildade, enfim, a mais elevada sabedoria.

Mas se uma família lá na índia, por exemplo, ao invés de praticar o evangelho no lar com os ensinamentos de Jesus, o fizer estudando os ensinamentos de Sri Krishna, contidos no Baghavad Gita, que também refletem amor e sabedoria, os efeitos não serão os mesmos? O mais importante não é a letra, mas sim, a "dose" de sinceridade que colocarmos em nossa prática. Já que vivemos em uma cultura religiosa essencialmente cristã, vamos tomar como base para nossa prática os evangelhos, que podem ser considerados como o reflexo da mais absoluta perfeição.

Você poderá abrir a Biblia, na parte do Novo Testamento, mas minha sugestão é que seja utilizado o livro O Evangelho Segundo o Espiritismo, de Allan Kardec, que contém explicações de vários espíritos sobre os ensinamentos do Mestre, facilitando a compreensão de todos, espíritas e espiritualistas em geral.


A prática do evangelho

Escolha um dia da semana, em um horário em que todos da família estejam disponíveis. Não deixe de praticar. Você estará assumindo um compromisso com o plano espiritual superior. Mesmo que você esteja sozinho, como encarnado, pratique, pois com certeza os mentores que o acompanham estarão presentes e talvez, algum espírito necessitado também possa vir receber as luzes do Alto.

Desligue o telefone, TV e rádio. Este momento deverá ser reservado apenas para a prática, evitando-se conversas paralelas.

Caso chegue alguma visita, explique que você e sua famíla estão praticando o evangelho e convide a pessoa a assistir ou retornar mais tarde.

Crianças também podem assistir. Dependendo da idade, convide-a a fazer uma prece, para o anjinho da guarda ou para o "Papai do Céu". E muito importante acostumar a criança o mais cedo possível com a prática da oração. Geralmente, aqueles que desde cedo são orientados pelos pais, com carinho, sem tirania, nas praticas religiosas, se afastam com mais facilidade dos abismos que encontramos cada vez maiores, como as drogas e a prostituição.

Coloque um jarro de água em cima da mesa e peça para os mentores espirituais, no final da prática, magnetizarem a água, depositando os fluidos necessáriios para cada membro da família.


1 - Prece de abertura: você ou outro membro da família faz uma prece. Ore com o coração, colocando seus melhores sentimentos. Pode-se orar o Pai-Nosso, mas que seja com sinceridade, e não apenas da "boca pra fora". Peça pela presença dos benfeitores espirituais. Que eles possam guiar a reunião familiar.


2 - Leitura do Evangelho: outra pessoa pode ler um trecho, não muito longo, de O Evangelho Segundo o Espiritismo. O ideal é seguir, em cada reunião, a ordem dos capítulos, pois a prática não deixa de ser um momento de estudo.


3 - Comentários: após a leitura, a mesma pessoa que leu, se quiser, pode fazer um comentário, segundo o seu grau de entendimento. Depois, outra pessoa comenta, e assim por diante, até todos terem tempo para falar. Jamais comente os defeitos alheios. Deixe que cada um perceba por si próprio seus erros. Procure aplicar os ensinamentos dos evangelhos em você, e com certeza a sua transformação interior irá repercurtir nos outros. Lembre-se que, principalmente neste momento, a bondade deverá transparecer em seus comentários. Jamais atrairemos a presença dos guias espirituais através da maledicência ou da frivolidade.


4 - Vibrações: após os comentários, alguém poderá conduzir as vibrações, também em voz alta, pedindo que Jesus ampare os presidiários, obsediados, doentes, órfãos, políticos, militares, as pessoas necessitadas na família, os membros presentes na reunião etc. Durante as vibrações, o importante é irradiarrmos o amor incondicional, e com certeza os espíriitos saberão canalizar nossas energias para onde for necessário. Pode-se, neste momento, pedir pela magnetizacão da água.


5 - Prece de encerramento: É o momento em que outro membro da família, em voz alta, agradece pelas bençãos derramadas e pede para que os benfeitores espirituais estejam presentes durante a semana, auxiliando a todos, na grande jornada evolutiva.
Reserva-se um minuto de silêncio para que cada um ore em voz baixa.
Desta forma, meus irmãos, encerra-se o culto do Evangelho no Lar, uma grandiosa ferramenta para a harmonização dos nossos lares.

É muito fácil chegarmos no centro espírita, orarmos e entramos em sintonia com nossos mentores, mas é no dia-a-dia que enfrentamos as mais difíceis provas. Portanto, precisamos viver nosso lar como um verdadeiro templo, onde cada membro é um sacerdote a zelar pela harmonia familiar. O indivíduo é o princípio do equilíbrio na familia, e esta é a base da paz mundial.

Aproveito para encerrar com a seguinte passagem do Evangelho de São Lucas:

"E aconteceu, que como fossem de caminho, entrou depois Jesus em uma aldeia. Uma mulher; de nome Marta, o hospedou em sua casa. E esta tinha uma irmã chamada Maria, a qual até sentada aos pés do Senhor ouvia sua palavra. Marta, porém, andava toda afadigada na contínua vida da casa, a qual se apresentou diante de Jesus e disse: Senhor; a ti não se te dá que minha irmã me deixasse andar servindo só? Dize-lhe pois que me ajude. E respondendo o Senhor; lhe disse: Marta, Marta, tu andas muito inquieta, e te embaraças com o cuidar em muitas coisas. Entretanto, só uma coisa é necessária. Maria escolheu a melhor parte, que não lhe será tirada." (S. Lucas c.1 O vv38-42).


Victor Rebelo.
Comunidade Espírita.

A ÚLTIMA PERGUNTA

Os livros da Codificação Espírita constituem fonte permanente para estudos e reflexões. Sempre encontramos em suas páginas fecundas oportunidades de análise para qualquer tema do cotidiano da vida humana. Isto sem falar nas questões transcendentais ...

Assuntos admiráveis ou polêmicos encontram no pensamento do Codificador ou na revelação dos Espíritos, roteiros e argumentações, orientações e material para manter concentrado qualquer pesquisador que venha procurar na Doutrina Espírita respostas às suas indagações. Trata-se de vasto campo cultural alicerçado na mais alta moral que o planeta pode conhecer: a moral de Jesus. Incrível como qualquer assunto possa ser analisado sob a ótica espírita.

Trazemos essas considerações pensando em convidar o leitor a pensar conosco sobre a última questão de O Livro dos Espíritos, a de número 1.018. É que o tema dessa questão está diretamente relacionado com uma preocupação coletiva.

Vive-se no planeta um período de grandes dificuldades, agravadas por inúmeros problemas sociais, todos conhecidos graças ao poder da mídia. Problemas que têm gerado grandes aflições coletivas. Aí estão presentes no dia-a-dia do cidadão do planeta a violência, a miséria, o desemprego e pior, a indiferença, o desamor.

Ao lado de um tanto de criaturas que lutam pelo bem, que se esforçam pelo aprimoramento individual e coletivo, boa parcela da população se perde ainda nos excessos, na incompreensão, na intolerância, fechando-se no egoísmo que tantos males tem gerado.

E vem a última pergunta do livro referido:


"1.018 - Jamais o reino do bem poderá ter lugar sobre a Terra?

- O bem reinará sobre a Terra quando, entre os Espíritos que vêm habitá-la, os bons vencerem sobre os maus. Então, farão nela reinar o amor e a justiça que são a fonte do bem e da felicidade. É pelo progresso moral e pela prática das leis de Deus que o homem atrairá sobre a Terra os bons Espíritos e dela afastará os maus. Mas os maus não a deixarão senão quando dela forem banidos o orgulho e o egoísmo. A transformação da Humanidade foi predita e atingis esse momento, que apressam todos os homens que ajudam o progresso. Ela se cumprirá pela encarnação de Espíritos melhores, que constituirão sobre a Terra uma nova geração ( .. .)".


Notem os leitores que a transformação virá pela atração de Espíritos melhores, através da transformação moral dos próprios homens e da prática das leis de Deus.

O amadurecimento humano, pelo progresso inevitável, fará isso, cedo ou tarde. Porém, nada nos impede de antecipar o notável acontecimento, através de esforços individuais e coletivos que melhorem o padrão moral do planeta.

Felizmente, há muita gente boa trabalhando para isso, em todo o mundo. Iniciativas brilhantes nas áreas de pesquisas científicas (para as conquistas tecnológicas que beneficiem o homem em todos os sentidos), ou esforços de solidariedade que despertem o coração humano para a importância da afabilidade, estão levando o homem para o caminho da tão sonhada paz e felicidade.

Vou citar um exemplo muito simples, pequenino mesmo, mas muito ilustrativo.

Em nossa pequena cidade, há um cidadão espírita, atualmente cego, que solicita para seu funcionário escrever diariamente uma frase motivadora ou de teor cristão, em pequena lousa localizada em seu estabelecimento comercial. Trata-se de um hábito muito antigo, já conhecido da cidade. Pois, com a prática já transformada em hábito, hoje em dia é comum pessoas pararem para ler a frase e outras copiarem a dita frase para reflexão posterior. Até uma professora solicita a uma de suas alunas passar por lá diariamente para copiar a frase ...

O comerciante teve uma idéia simples, mas gerou simpatia e ajuda às criaturas que por ali passam e já buscam até com certa ansiedade a frase do dia, inclusive para anotações. A iniciativa criou um clima melhor naquele ambiente, atraindo forças positivas e irradiando amor para muitos.

O exemplo simples pode ser usado para dimensões mais abrangentes que gerem modificações positivas em ambientes perturbados ou perturbadores.

Desejamos atingir o fato, destacando para o leitor, de que a implantação do reino do bem e por extensão natural da paz e da felicidade tão procurada, está principalmente nas iniciativas que tenhamos para fazer as oportunidades do bem aparecer, fazendo-o presente em nossas vidas. Se a ação generalizar-se, em breve tempo, teremos o bem implantado sobre o planeta. E isto propiciará a encarnação de Espíritos melhores ...


A nova geração
Para que os homens sejam felizes sobre a Terra, é necessário que ela seja povoada apenas por bons Espíritos encarnados e desencarnados, que apenas queiram o bem. Tendo chegado a tal ponto, uma grande emigração se realiza neste momento enntre os que a habitam, aqueles que praticam o mal pelo mal, e que o sentimento do bem não atinge, não sendo mais digno da Terra transformada, dela serão excluídos, porque eles lhe trariam novamennte perturbações e confusão, e seriam um obstáculo ao progresso. Irão expiar seu endurecimento, uns nos mundos inferiores, outros, em raças terrestres atrasadas, que serão equivalente a mundos inferiores, onde levarão seus conhecimentos adquiridos, e onde irão com a missão de as fazer progredir. Serão substituídos por Espíritos melhores, que farão reinar entre si a justiça, a paz, a fraternidade.
(A Gênese, de Allan Kardec, cap. XVIII)


Orson P. Carrara - Jornal O Semeador

OS REAIS OBJETIVOS DO CASAMENTO

No capítulo XI de O Evangelho Segundo o Espiritismo, encontramos uma preciosa elucidação:
"O amor resume inteiramente a doutrina de Jesus, visto que é o sentimento por excelência. Os sentimentos são os instintos elevados à altura do progresso realizado. Em seu início, o homem não tem senão instintos. Mais avançado e corrompido, só tem sensações e, quando instruído e purificado, tem sentimentos. E o ponto delicado do sentimento é o amor, não no sentido vulgar do termo, mas esse sol interior que condensa e reúne, em seu foco ardente, todas as aspirações e revelações sobre-humanas".

A lei do amor substitui a personalidade pela fusão dos seres, extinguindo as misérias sociais. Entendemos que a família é uma sagrada oportunidade para nos reunirmos e, através do livre-arbítrio, substituirmos nossos instintos e sensações pelo mais nobre sentimento, que é o amor. E para que a família se constitua, é necessário o casamento.
A doutrina espírita nos oferece um fartíssimo material para estudar e compreender o casamento, a família, o sexo e nossas ligações. Precisamos meditar detidamente sobre estes temas, uma vez que, nos dias de hoje, passamos por uma fase conturbada. Há uma grande confusão entre liberdade e libertinagem na transição para a libertação das mulheres. Os jovens necessitam de uma orientação bastante segura, face à quantidade de informações (ou desinformações) que chegam até eles. A maioria das religiões se perde em dogmas que, não sendo compatíveis com o espírito crítico, muitas vezes afastam o jovem dos ensinamentos religiosos.
Sendo assim, devemos fazer a nossa parte, estudando, meditando e nos modificando, para que, através do exemplo, possamos oferecer uma educação segura para nossos filhos e auxiliar todos aqueles que baterem à nossa porta.

Por que não há casamento nos centros espíritas, como nas igrejas e demais religiões em geral?
Carlos Alberto Silva - Por vários motivos. Observamos que, na maioria das religiões, há a figura de um padre ou pastor, o intermediário de Deus para oficializar uma união ou casamento, segundo o entendimento delas. No Espiritismo, não existe esse intermediário. Mesmo o presidente do centro espírita é tido apenas como mais um trabalhador, com a missão de organizar as tarefas do centro, sempre ajudado por uma equipe de trabalho. Portanto, para o espírita, o casamento não depende da autorização de um presidente do centro ou mesmo de um palestrante ilustre, mas de um consentimento que vem de Deus, de um pedido sincero feito por dois corações que resolveram se unir. Isto não quer dizer que o espírita não pode realizar uma cerimônia espírita, na qual haverá um amigo que possa realizar uma prece ao invés de um padre e, no lugar da igreja, ter como sede não o centro espírita, mas o lar ou um local adequado para reunir os amigos e familiares.

A pessoa com quem casamos possui algo relacionaado com nossas vidas passadas?
Carlos Alberto Silva - Normalmente sim, mas não façamos disso uma regra absoluta. A doutrina espírita nos ensina que a maioria de nós possui um planejamento de vida a cumprir, referente à nossa família, ao país em que nasceremos, à profissão que será escolhida e aos companheiros que encontraremos ou reencontraremos, incluindo o futuro cônjuge. Contudo, ela nos ensina também que possuímos o livre-arbítrio, abrindo a possibilidade de sermos atraídos para um (a) companheiro(a) e resolvermos por outro(a), seja pelo interesse material ou pelas paixões.

"Para o Espiritismo, um casamento não depende de autorizações, mas de um pedido sincero de dois corações que resolveram se unir."
Permanece-se casado depois do desencarne?
Carlos Alberto Silva - Se as ligações forem de alma para alma, sim, formando, inclusive, as famílias espirituais. Mas caso as ligações sejam somente da matéria, elas se desfazem com a mesma.

O casamento tem lugar e função nos estágios mais elevados da vida espiritual ou tende a desaparecer com a compreensão completa do amor e caridade? Aliás, alguns usam esta compreensão para justificar a poligamia. Como podemos analisar a questão?
Carlos Alberto Silva - Vemos o casamento como um estágio necessário para a troca de experiências que visam nosso aperfeiçoamento moral. Conforme evoluímos por meio delas, vamos conquistando o "amor" em sua plenitude, atingindo a possibilidade de "amar ao próximo como a nós mesmos". Nesse estágio, não precisamos mais da reencarnação e, a meu ver, o casamento não se dá mais de alma para alma, segundo o nosso nível atual, mas de alma para almas. Vejo no amigo Jesus o exemplo a que me refiro. O que os espíritos nos ensinam é que a monogamia se trata de uma evolução de nossa sociedade. Na poligamia, não encontramos afeição real, mas sensações. As pessoas que tentam justificá-la estão bastante ligadas às sensações físicas, não tendo despertado ainda para as "sensações" da alma, que é um de nossos grandes objetivos até chegarmos ao despertamento e descobrimento do amor.

Também poderíamos compreender como um "casamento" a união estável entre dois indivíduos do mesmo sexo?
Carlos Alberto Silva - Este é um tema bastante complexo, para o qual não nos arriscamos a dar respostas definitivas. No meu entendimento atual, depois, inclusive, de várias mensagens do plano espiritual, penso que sim. Entretanto, só conseguiremos compreender melhor a questão homossexual depois que estivermos livres dos preconceitos que nos acompanham há muitos milênios. Arrisco-me a dizer que a legalização do casamento entre duas pessoas do mesmo sexo é um avanço da sociedade, que estará apenas regulamentando o que já existe de fato.

Se a família é "uma sagrada oportunidade para nos reunirmos e, através do livre-arbítrio, substituirmos nossos instintos e sensações pelo sentimento mais nobre, que é o amor", como se disse na introdução, uma pessoa que opte por não se casar estaria incidindo em erro?
Carlos Alberto Silva - Não. Ou melhor, podemos dizer que depende. Existem planejamentos de reencarnações nos quais a formação de uma família não está prevista. Temos, por exemplo, o caso do Chico Xavier ou, no livro Renúncia, do personagem Carlos, que teve planejada a volta como padre, sem a previsão de ter uma família. Para uns, é expiação, enquanto que, para outros, é prova. E por isso que não temos uma vida só, pois, a cada reencarnação, temos oportunidades de crescimento em um ou mais campos.

"A doutrina espírita não íncentiva o divórcio,mas não ensina a ficar preso em compromissos que não têm mais razão de existir."

Geralmente, há uma idéia de que um casamento que fracassou obrigatoriamente deverá ser refeito em outra vida, em bases sofridas.


Isso não contraria a própria lei de evolução, já que os espíritos, ao refazerem a experiência juntos, poderão estar mais cooperativos, amenos e amorosos? Por que se insiste em ameaçar, alegando que a próxima experiência será pior do que a atual?
Carlos Alberto Silva - A ameaça vem pela falta de entendimento, são os elos que ainda trazemos das religiões que se baseiam no conceito de "céu" e "inferno", de punições eternas. Eu também já interpretei muitos textos espíritas exatamente como o descrito na questão, mas o entendimento das leis de Deus nos mostra que não é assim. Não faz sentido estabelecermos uma "fatalidade" quase cega ao término de um relacionamento, até porque as leis divinas não são punitivas, mas educativas. Acredito que a confusão seja feita nesse sentido, com estas interpretações, em virtude de querermos enquadrar as situações dentro de leis quadradas de certo e errado. Certa vez, ao se referir a este tema, o amigo Altivo Pamphiro, presidente do Centro Espírita Léon Denis, afirmou que, em seu entendimento, as questões relacionadas ao casamento são individuais. Há tempos que venho pensando nisso, que faz muito sentido para mim. Cada um de nós é um universo em si mesmo, com experiências milenares, e, no casamento, juntam-se "dois universos". Como estabelecer que o final de um casamento será assim ou assado diante de tantas variáveis envolvidas? Tudo dependerá da maturidade de cada um, do que acontecer depois. Podemos salientar, ainda, a existência de casos nos quais um dos envolvidos no casamento - que, no atual estágio em que nos encontramos, normalmente é de reajuste - pode se esforçar e agir como alguém que está "quitando" seu débito. Entretanto, o outro nunca se sente "pago". O que fazer então? Ficar "amarrado", esperando "que a morte os separe"? Abençoada doutrina espírita, que nos mostra os objetivos do casamento com mais clareza, que não incentiva o divórcio, mas que também não nos ensina que devemos ficar "presos" indefinidamente a um compromisso que, muitas vezes, não tem mais razão de existir. Sempre será uma questão de consciência de cada um.

"A família oferece a chance de uma pessoa se juntar a outras e trocar seus instintos por amor.
Mas o desejo de não se casar e criar laços familiares não deve ser visto como algo contrário à evolução, pois pode fazer parte da programação reencarnatória do ser."


O Evangelho Segundo o Espiritismo nos fala que o divórcio serve para quando não existe amor, pois, diante disso, não é justificável continuar uma ligação. Entretanto, no livro Vida e Sexo, Emmanuel nos diz que não há união por acaso e nunca se deve estimular o divórcio, que se destinaria apenas para aqueles aos quais um homicídio ou um suicídio se configurem uma ameaça.

Como conciliar estas duas informações? Quando aconselhar o divórcio para alguém? A agressão física seria uma justificativa plausível ou se deve tentar mesmo assim, por meio do sacrifício e da paciência?
Carlos Alberto Silva - Na maioria das vezes, quando falamos de divórcio ou assuntos relacionados às problemáticas da vida, basicamente buscam
os uma resposta que nos oriente exatamente como proceder. No íntimo, sem que façamos isso conscientemente, estamos procurando uma "regra de bolo", algo que nos isente de tomar uma decisão "errada", já que podemos dizer coisas como "agi de acordo com a doutrina, com o ensinamento deste ou daquele espírito", ou seja, uma maneira de suavizar uma decisão tão difícil. Só que esta receita não existe! Para mim, cada caso será sempre único. Se uma pessoa tem entendimento e encontra forças para prosseguir em sua caminhada dentro de um casamento difícil, por que diríamos a ela para se separar? Agora, no caso de uma outra que, por motivos que nos parecem menores do que a primeira, está a ponto de se suicidar ou cometer seguidos adultérios, como poderemos insistir para que ela continue presa ao casamento? Embora, de forma geral, sejamos espíritos em estágios parecidos de inferioridade, cada um de nós possui uma bagagem, uma experiência. Uns combatem o egoísmo, alguns combatem a bebida, outros se sacrificam pelo casamento. Por isso, normalmente os espíritos avaliam estas questões de forma genérica. Nos casos em que há violência física, vícios graves ou adultério, é lícito ter o divórcio como saída plausível, porém, saberemos quais são as conseqüências deste ato apenas na vida espiritual, com base naquilo que fomos e conseguimos conquistar na atual existência.

Carlos A.Silva - Revista Cristã de Espiritismo

BRILHAR A NOSSA LUZ

                                        
Nossa existência é a candeia viva. O nosso procedimento para fazer brilhar a nossa luz é o nosso aperfeiçoamento, que significa:
a - aprendermos tudo que pudermos (lei do progresso);
b - termos fé (vontade) raciocinada;
c - pormos em prática os mandamentos de Deus ditos por Jesus.